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Legião da Infantaria/Brasília - Legião Gen Silva Néto
 
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Eventos e Notícias 2011

COMEMORAÇÃO DOS 100 ANOS DO NASCIMENTO
DO SGT MAX WOLFF FILHO

UM HERÓI NACIONAL

 
       Nascido em Rio Negro - PR, em 29 de julho de 1911, era filho de Max Wolff, descendente de alemães e de D. Etelvina, natural de Lapa-PR. Até os 4 (quatro) anos viveu as tensões da Guerra do Contestado. Aos 5 (cinco) anos, durante a Primeira Guerra Mundial, freqüentou a escola em Rio Negro (PR). Aos 11 (onze) anos já era o principal auxiliar de seu pai na torrefação e moagem de café. Aos 16 (dezesseis) anos passou a trabalhar como escriturário de uma companhia que explorava a navegação no Rio Iguaçu. Nas horas de folga, juntava-se aos carregadores para ensacar erva-mate, carregar e descarregar vapores. (Veja ao lado a Certidão de Nascimento).



      Serviu ao Exército pela primeira vez, se alistando no então 15ºBC, em Curitiba, hoje 20ºBIB, onde participou da Revolução de 1930. Transferido para o Rio de Janeiro, combateu a Revolução de 1932 no Vale do Paraíba. Foi professor de Educação Física e Defesa Pessoal. Ingressou na Polícia Militar do Rio, então Distrito Federal, sendo Cmt da Polícia de Vigilância.
Na época da 2ª Grande Guerra Mundial, apresentou-se voluntariamente, tendo sido designado para a 1ª Cia, do 1° Btl, do já tradicional 11°Regimento de Infantaria, em São João Del Rei. Contava ele com 33 (trinta e três) anos de idade.
      Ingressou na FEB como 3° Sargento e desde cedo tornou- se muito popular e querido, dada as suas atitudes desassombradas e à maneira carinhosa e paternalista com que tratava seus subordinados (apelidado de carinhoso). Com o passar do tempo, passou a ser admirado não só pelos seus camaradas, mas pelos superiores tanto da FEB como do V Exército de Campanha americano, pelas suas inegáveis qualidades.
      Todas as vezes que se apresentava missões difíceis a serem cumpridas, lá estava o Sgt Wolff se declarando voluntário, principalmente participando de patrulhas. Fazia parte da Companhia de Comando e, portanto, sem estar ligado diretamente às atividades de combate, participou de todas as ações de seu Batalhão no ataque de 12 de dezembro a Monte Castelo, levando, de forma incessante, munição para a frente de batalha e retornando com feridos e, na falta deste, com mortos.
       Indicado por sua coragem invulgar e pelo excepcional senso de responsabilidade, passou a ser presença obrigatória de todas as ações de patrulha de todas as companhias, como condição indispensável ao êxito das incursões. Um desses exemplos está contido no episódio em que o General Zenóbio da Costa, ao saber do desaparecimento do seu Ajudante-de-Ordens, Cap João Tarciso Bueno, que fora colocado à disposição do escalão de ataque, pelo General, por absoluta falta de recompletamento de oficiais, ordenara ao Cmt do Btl que formasse uma patrulha para resgatar o corpo do seu auxiliar. O Cmt adiantou ao emissário que a missão seria muito difícil, mas que tentaria.        Para tanto, sabedor que só um “Wolff” poderia cumpri-la, o chamou, deu a ordem e ouviu do Sgt Wolff, com a serenidade, a firmeza e a lealdade que só os homens excepcionalmente dotados podem ter: ''Coronel, por favor, diga ao General que, desde o escurecer, este padioleiro e eu estamos indo e voltando às posições inimigas para trazer os nossos companheiros feridos. Faremos isto até que a luz do dia nos impeça de fazer. Se, numa dessas viagens, encontrarmos o corpo do Capitão Bueno, nós o traremos, também".
        Não logrou o Sgt Wolff trazer o corpo do Cap Bueno que, apenas ferido, havia sido resgatado por um soldado, mas ainda lhe foi possível, naquela madrugada, salvar muitas outras vidas.
Tais qualidades o elevaram ao comando de um pelotão de choque, integrado por homens de elevados atributos de combatente, especializado para as missões de patrulha, que marcharia sobre o acidente capital "Ponto cotado 747", ação fundamental nos planos concebidos para a conquista de Montese. Foi-lhe lembrado sobre a poupança da munição para usá-la no momento devido, pois, certamente, os nazistas iriam se opor à nossa vontade. Foi-lhe aconselhado que se precavesse, pois a missão seria à luz do dia.
        Partiu às 12 h de Monteporte, passou pelo ponto cotado 732 e foi a Maiorani, de onde saiu às 13:10h para abordar o ponto cotado 747. Tomou, o Sgt Wolff, todas as precauções, conseguindo aproximar-se muito do casario, tentando envolvê-lo pelo Norte. Estavam a 20 metros e o Sgt Wolff, provavelmente, tendo se convencido de que o inimigo recuara, estando longe, abandonou o caminho previsto para, desassombradamente, à frente de seus homens, com duas fitas de munição trançadas sobre seus ombros, alcançar o terço superior da elevação. O inimigo deixou que chegasse bem perto, até quando não podiam mais errar. Eram 13:15 h do dia 12 abril de 1945. O inimigo abriu uma rajada, atingindo e ferindo o comandante no peito que, ao cair, recebeu nova rajada de arma automática, tendo caído, mortalmente, também o soldado que estava ao seu lado.
         Após esta cena, sucedeu-se a ação quase suicida de seus liderados para resgatar o corpo do comandante. A rajada da metralha inimiga rasgava um alarido de sangue. A patrulha procurava neutralizar a arma que calara o herói. Dois homens puxaram o corpo pelas pernas. Um deles ficou abatido nessa tentativa. O outro, esquálido e ousado, trouxe Wolff à primeira cratera que se lhe ofereceu. Ali, mortos e vivos se confundiam. A patrulha, exausta, iniciava o penoso regresso às nossas linhas, pedindo que a artilharia cegasse o inimigo com os fogos fumígenos e de neutralização. Os soldados do Onze queriam, a qualquer custo, buscar o companheiro na cratera para onde tinha sido trazido, lembrando a ação que ele mesmo praticara tantas vezes. Queriam trazer o paciente artesão das tramas e armadilhas da vida e da morte das patrulhas. Foi impossível resgatá-lo no mesmo dia face à eficácia dos fogos inimigos, inclusive de Artilharia. O dia seguinte era a largada da grande ofensiva da primavera. O Sgt Wolff lá ficara para que estivéssemos presentes na hora da decisão.
         Montese foi conquistada. Seu nome será sempre presente porque as grandes ações resistem ao tempo e são eternas. Foi promovido "post-mortem" ao posto de 2º Tenente (Decreto Presidencial, de 28 Jun 45). Deixou na orfandade sua filha, Hilda, seu elevo e maior afeição de sua vida de soldado. Da Itália, escreveu a sua irmã, Isabel, relatando seu orgulho em pertencer ao Exército Brasileiro e que, se a morte o visitasse, morreria com satisfação. Foi homenageado com a distinção de ser agraciado com quatro medalhas: de Campanha; sangue do Brasil; Bronze Star (americana) e Cruz de Combate de 1ª Classe. Eis a síntese do heroísmo de um homem simples e valoroso. Seus restos mortais encontram-se no Monumento aos Mortos da Segunda Guerra Mundial, no jazido 32, quadra G.

MEMÓRIA - HOMENAGENS

          A Escola de Sargentos das Armas busca, de diversas maneiras, manter viva a memória deste grande herói da Segunda Guerra Mundial. A mais significativa homenagem a este bravo Sargento foi a adoção, pela Escola de Sargentos das Armas, da Denominação Histórica "Escola Sargento Max Wolff Filho". Tal denominação é associada em todos os documentos e solenidades da Escola.
        
O pátio de formaturas da Escola de Sargentos das Armas, local de constantes solenidades, também, recebeu o nome de Pátio de Formaturas Sargento Max Wolff Filho. Nesse mesmo local estão dois monumentos alusivos ao Sargento, uma Estátua, em posição de destaque, e a "Patrulha do Sargento Max Wolff Filho", composta de 9 estátuas, esculpidas pelo artista tricordiano Afonso Barra.
        
No Pavilhão de Comando da Escola, em posição privilegiada para os que o adentram, está disposto um Grande Quadro (imagem utilizada no alto nesta página), pintado pelo Cel Pedro Paulo Cantalice Estigarríbia, baseado no último registro fotográfico do militar.
       
Os valores que foram evidenciados pelo Sargento Max Wolf são, através de palestras, exaltados aos alunos da Escola, futuros Sargentos do Exército Brasileiro, que os disseminarão a todos os rincões do País.

      No âmbito do Exército Brasileiro, foi criada a Medalha Sargento Max Wolff Filho destinada a premiar os subtenentes e sargentos do Exército Brasileiro, do serviço ativo ou na inatividade, que tenham se destacado pela dedicação à profissão e pelo interesse no seu aprimoramento, agraciando aqueles que demonstrem características e/ou atitudes evidenciadas pelo 2º Sgt Max Wolff Filho.
- Na semana da data de seu centenário de nascimento, a Escola presta uma justa e merecida homenagem aquele que foi um dos expoentes de bravura durante a Segunda Guerra Mundial, através de uma série de solenidades comemorativas.

      Os integrantes da Legião da Infantaria/Brasília, nesta data, nesta semana e neste ano homenageia esse militar de Escol de Infantaria, Herói da 2ª Guerra Mundial, desejando que a sua bravura sirva de exemplo a todos os Infantes e demais militares das Forças Armadas brasileiras. (Matéria extraída do site da Escola de Sargentos das Armas)

Veja como foi a solenidade comemorativa dos 100 anos, realizada na EsSA

Clique aqui e veja mais detalhes sobre as comemorações do
Centenário do nascimento do Sgt Max Wolff Filho


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