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Eventos e Notícias 2007


HISTÓRIAS DA INFANTARIA BRASILEIRA (II)

Tomada de Montese

A 14 de abril de 1945 prosseguiu a batalha dos Apeninos, com o ataque do 4º Corpo à Linha Gengis Khan; era o início da ofensiva da primavera.

Às 8:30 horas, os aviões aliados levantaram vôo e em vagas sucessivas deslocaram-se para o norte.
No dispositivo do V Exército norte-americano a Divisão brasileira ocupou posição de singular relevo – a cobertura de flanco durante o ataque, no trecho oriental da bacia do Panaro.
Nessa memorável jornada, nossa Divisão e a 10ª Divisão de Montanha, à direita, atuaram com movimentos sincronizados.
A missão da 1ª DlE [1ª Divisão de Infantaria Expedicionária] compreendia duas fases bem distintas: a primeira era o lançamento de fortes patrulhas (pelotões reforçados por turmas de mineiros) com o objetivo de obter o controle da primeira linha de alturas; a segunda consistia numa ruptura para conquistar a região de Montese-Montello.
Lançaram-se as patrulhas no momento preciso em que a 10ª Divisão de Montanha iniciava o ataque.
O violento fogo de artilharia para apoiar essas ações em força dera a impressão de que fora desencadeado um ataque em larga frente. A reação do inimigo foi imediata. O fogo inimigo, de artilharia e de morteiros, era concentrado sobre a linha de partida e sobre os elementos em progressão. Quase ao meio-dia um pelotão anulou forte resistência inimiga e capturou a localidade de Possessione.

Às 13 horas encerrou-se a primeira fase, com o cumprimento de todas as missões. A segunda fase, a mais importante, começou às 13:30 horas, com um ataque contra as alturas de Montese, Cota 888 e Montello. Houve intensa preparação de artilharia; foram empregados blindados e fumígenos norte-americanos. Com freqüência, as tropas tinham de atravessar terreno minado. Às 15 horas conseguiu-se penetrar em Montese. A auspiciosa notícia correu por todo o 4º Corpo, provocando jubilosas manifestações. Logo em seguida, caiu Serreto, mas a resistência adversária continuou. Às 18 horas já estava escuro. Sabia-se que o inimigo possuía blindados e tropa em reserva, o que lhe possibilitava um contra-ataque para recuperar as posições de Montese e Serreto. Seus canhões e morteiros continuaram atirando durante toda a noite, aumentando nossas baixas.

Era imperativo continuar o ataque ao restante do maciço de Montese. De posse dessas alturas, o inimigo detinha a posição-chave; sem ela, ver-se-ia obrigado a retrair para a margem esquerda do Panaro, a alguns quilômetros de distância. Previa-se uma resistência tenaz, até quase a exaustão. Os batalhões do escalão de ataque desembocaram às 9:45 horas, encontrando cerrada resistência. A luta prolongou-se mesmo durante a noite. Os fogos inimigos já haviam provocado mais de 100 baixas no escalão de ataque. A região de Montese continuava recebendo mais fogos que toda a frente do 4º Corpo.

A situação agravou-se na manhã do dia 15, quando o inimigo iniciou uma densa concentração de artilharia e morteiros, multiplicando o número de baixas. Face à situação, o General Mascarenhas de Morais deslocou-se para a frente, instalando o posto avançado de comando sobre os escombros de Montese. [...]

Ao alvorecer de 17 de abril, chegaram ordens do 4º Corpo para sustar a operação. O comandante do V Exército pretendia lançar tropas de reserva através de uma brecha aberta na região de Tole, em outro setor, à direita de nossa Divisão, onde operava a 10ª Divisão de Montanha. Foi atribuída à Divisão brasileira manter a segurança do flanco esquerdo do 4º Corpo, tendo sido intensificada a atividade de patrulhamento.

Terminara o episódio mais sangrento vivido por nossas tropas em território italiano. Foram quatro jornadas sob os bombardeios mais pesados de toda a campanha. As armas brasileiras quebraram a resistência do inimigo e desmantelaram de forma definitiva o seu dispositivo defensivo.

Montese constituiu um objetivo de significativa importância na manobra ofensiva do 4º Corpo-de-Exército. Não foi apenas o combate mais sangrento travado pela FEB em toda a Itália. Foi também a conquista de uma região essencial, que veio a provocar um desequilíbrio no dispositivo adversário, facilitando o desembocar da tropa do V Exército na planície do Pó.
Foram entusiásticas as palavras do General Willis D. Crittenberger aos integrantes de seu estado-maior na manhã do dia 15:

“Na jornada de ontem, só os brasileiros mereceram as minhas irrestritas congratulações; com o brilho do seu feito e seu espírito ofensivo, a Divisão brasileira está em condições de ensinar às outras como se conquista uma cidade.”

(Trechos extraídos do livro O Exército na História do Brasil,
Volume III, República
, da Biblioteca do Exército Editora)


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